segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Caverna de Platão... às Avessas

O ARTIGO ABAIXO FOI ESCRITO POR UM NÃO-ESPECIALISTA E MUITO PROVAVELMENTE CONTEM ERROS. NÃO O UTILIZE COMO FONTE PARA SUA PESQUISA. APESAR DISSO, OS LINKS SE REFEREM A REVISTAS ESPECIALIZADAS QUE PASSAM POR UM CRITERIOSO PROCESSO EDITORIAL. BASEIE-SE NESSES LINKS PARA A SUA PESQUISA.

NOTÍCIA

Buracos negros (BNs) são engolidores vorazes de matéria e energia. E eles nunca devolvem nada.

Nesse sentido, BNs são como a entropia em sistemas termodinâmicos: eles evoluem irreversivelmente. De fato, um paralelo direto entre a física desses dois sistemas pode ser traçado, revelando que BNs respondem a quaisquer sondas externas exatamente como um sistema termodinâmico de entropia S=A/4GNħ, onde A é a área do horizonte desses BNs. Esse caráter bidimensional da entropia associada a esses sistemas, que dá origem a diversos efeitos interessantes, não é bem entendido em termos da teoria quântica de gravitação descrevendo BNs.



Para o caso hipotético de buracos negros fortemente carregados, há uma solução bem conhecida que explica esse comportamento. Nesse caso, as equações gravitacionais associadas à região próxima ao horizonte mas exterior ao BN (chamada garganta ou gargalo) são conhecidas por AdS (Anti-de Sitter). Maldacena mostrou que existe uma correspondência direta entre a gravitação quântica nesses espaço-tempos e teorias quãnticas de campos conformes (CFT) em dimensões menores.

A correspondência AdS/CFT possui uma analogia com hologramas, onde entidades tridimensionais são mapeadas em um filme bidimensional. posteriormente, a entidade original pode ser reconstruída com uma fonte de luz coerente.

Porém BNs tão carregados (tipo AdS) não são comumente observados no universo. Em seu lugar, o que se observa são BNs do tipo Schwarzchild (BNs simples) e Kerr (BNs com momento angular). E isso é tudo, já que Bns "não têm cabelos" (as únicas quantidades que caracterizam BNs são massa, carga e momento angular).



Em um importante desenvolvimento recente, Guica et al conseguiram estabelecer uma correspondência similar para o caso de buracos negros tipo Kerr e teorias CFT em 2 dimensões.

Repare que esse resultado não depende em absoluto da validade de uma teoria de Cordas, assim como no caso da correspondência AdS/CFT.


MOMENTO VIAGEM

Já ouviram falar do Princípio Holgráfico (em inglês aqui)? O resumo da bossa é o seguinte: essa relação de equivalência entre o BN tridimensional e a teoria conforme bidimensional poderia se aplicar também para o horizonte cosmológico, isto é, a superfície a partir da qual a distância à Terra fica muito grande para termos conexão causal. Essa distância em princípio depende da dinâmica do universo, mas equivaleria a c x T em um universo estático e chato (c = vel da luz e T = idade do universo).

Ou seja, nós viveríamos em uma espécie de caverna de Platão às avessas, onde a realidade física é descrita em 2 dimensões, enquanto o que nós enxergamos é uma sombra bruxuleante em 3 dimensões! A métrica (3+1) do nosso espaço-tempo (RFW em termos cosmológicos) seria o limite de baixas energias e escalas macroscópicas da nossa realidade que está pintada em duas dimensões+1.



Essa idéia maluca foi proposta por Gerard 't Hooft e Leonard Susskind. Agora que a correspondência foi demonstrada para mais uma métrica (nesse caso uma mais "comum" que a AdS), será que essa viagem vai a frente?

Momento para avaliar o quão impressionante é esse papo...

e até breve

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Para ver alguém que entende do assunto falando:
http://physics.aps.org/articles/v2/102?referer=rss#c7

http://prola.aps.org/abstract/RMP/v74/i3/p825_1

Para ver o artigo original:
http://scitation.aip.org/getabs/servlet/GetabsServlet?prog=normal&id=PRVDAQ000080000012124008000001&idtype=cvips&gifs=yes

Para viajar um pouco mais:
http://prola.aps.org/abstract/RMP/v74/i3/p825_1

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